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terça-feira, novembro 30, 2004

FÉRIAS

E já que está quase a começar o sempre bonito mês de Dezembro, é finalmente chegada a altura de o BV gozar um curto mas merecido período de férias. Infelizmente, não vou poder estar no país para celebrar o dia da Restauração da Independência, uma vez que a magnífica cidade de Paris chama por mim (quase que a consigo ouvir: viens, Bien Vu, viens...).

É de notar que entretanto faço anos na 6ª feira, pelo estão à vontade para enviar presentes para bemvisto@portugalmail.pt. Para aquelas que estão sem ideias, parece-me que umas fotos em lingeria preta são sempre uma boa sugestão.

De qualquer forma, podem continuar a vir aqui (mi blog es su blog), confraternizar e escrever os vossos simpáticos, inteligentes e sempre interessantes comentários que é bem possível que eu também ainda passe por cá para escrever qualquer coisa e garantir que vocês têm tomado bem conta dele...

Assim sendo, boas férias para quem vai de férias e bom trabalho para quem fica a trabalhar e que Deus nosso senhor nos proteja a todos.




segunda-feira, novembro 29, 2004

A relatividade dos tamanhos

Leitores assíduos deste blog - desiludam-se! Este texto nada tem a ver com os já célebres 23cm.

O desconhecido é enorme, o conhecido é minúsculo. O passar dos meus anos tem validado e consolidado esta afirmação, que pode suportar uma filosofia. Começamos por achar a nossa casa enorme.
Ainda de gatas, vamos completando a exploração e vai encolhendo. Depois o bairro... Qual é a dimensão do nosso bairro? "Eh pá, são duas ruas - aquilo não é muito grande!" Admiramo-nos quando percebemos que, na realidade, são quilómetros. Se nos disserem que temos que andar quatro quilómetros, reclamamos. Se nos explicarem que se trata do percurso quotidiano casa-trabalho, não reclamamos. A cidade, depois de cartografada, é claustrofóbica. Depois o país - a enorme distância que separa o Bulldog doPortuense diminuirá drasticamente no dia em que a percorrermos para saborear um café no segundo enquanto digerimos o almoço do primeiro. Depois o Mundo. Depois, não hoje, o Universo. Plutão, que fica literalmente para lá do Sol posto, ficará assim tão longe no dia em que lá pudermos chegar de transporte público? O que significa "enorme" para qualquer um dos homens ou mulheres que já orbitou o nosso planeta?

Houve um tempo, quando em Portugal havia reis a sério, em que o império era enorme. Nunca nenhum soberano o conheceu completamente, a não ser por desenhos e relatos. Do alto do Buçaco, na cruz alta num dia de céu limpo, avistavam Estrela e mar - era esse o limite máximo real da sua escala métrica. Distâncias maiores, eram apenas imagináveis. Pergunto-me o que pensaria um desses soberanos se tomasse consciência da real dimensão do seu reino a bordo do Amália Rodrigues avistando Porto, Aveiro,Coimbra e Santarém no mesmo horizonte nocturno...
McGyver




sexta-feira, novembro 26, 2004

COMUNICAÇÃO

O que está abaixo transcrito é tudo o que, após vários séculos de convivência (ou duas horas de conversa), o homem conseguiu perceber acerca das mulheres:

















quinta-feira, novembro 25, 2004

DÚVIDAS

- Qual é que é a maneira politicamente correcta de se dizer a um anão infantil ou irresponsável: "Eh pá, quando é que cresces um bocadinho?"?;

- Porquê Guarda-Costas? Será que os seguranças pessoais não deveriam antes estar preocupados com outras coisas mais importantes? E não vos parece que as pessoas que zelam pela segurança da Pamela Anderson (e outras, e outras) deveriam ser chamados de Guarda-(.y.)?

Agora, se há uma personalidade neste país que dispensa guarda-costas, há que assumir que é o José Castelo Branco. Parece que ele não quer que ninguém impeça o acesso àquela área...




quarta-feira, novembro 24, 2004

CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT

É sempre interessante reparar nas interacções que as diversas profissões têm com aqueles que procuram ou que beneficiam dos seus serviços e o que daí podem retirar.

Por exemplo, no caso dos médicos, têm a grande vantagem de, por muito mal que lhes corra o dia, poderem sempre pensar "Bem, pelo menos não estou tão mal como este desgraçado...".

Um trabalhador numa agência funerária, por outro lado, para além de ter a vantagem de o "cliente" não ser muito chato e exigente, também pode sempre pensar que pelo menos ainda está vivo. E como estas, há-de haver muitas outras, calculo eu.

Um polícia, ou está a atender alguém que foi roubado, ou está a prender alguém que foi acusado de cometer um crime, ou então está a multar. Não há-de sentir inveja de qualquer um deles, calculo eu.

Agora, o que me preocupa é o pessoal das agências de viagens. Passam ali o ano todo a tratar das férias dos clientes. Chega um, vai de férias para Itália. Vem o próximo, precisa de uma viagem e estadia nos EUA. Mais um, este quer ir para a Tailândia.

O que é que será que uma pessoa sente quando grande parte das pessoas que vê estão a ir de férias para as Maldivas, Cuba, Bora-Bora, Brasil. Às tantas deve tornar-se chato, não?




terça-feira, novembro 23, 2004

DEPOIS ADMIREM-SE...

Para aqueles que ainda têm alguma esperança de que este país vá a algum lado, apesar de a esperança ser a última a morrer, aconselho-vos a pensarem noutros objectivos...

Nem sequer é pelo primeiro-ministro que temos (se bem que isso já seria um indicador razoável). Nem sequer é pelo governo que temos. Ainda menos pela nossa oposição. Eu digo-vos porquê.

Ainda no outro dia, ia a subir uma rua razoavelmente movimentada no centro de Lisboa. Em cima do passeio, estão estacionados 3 carros seguidos. Lá tive de ir para o meio da estrada para conseguir seguir caminho. Dez metros depois, cruzo-me com um polícia de trânsito e por um EMELga, que vêm a descer a rua, em amena conversa.

Segundos depois, olho para trás, para ver o que é que eles fazem relativamente aos 3 carros mal estacionados, em cima do passeio, impedindo a circulação normal dos peões.

E vocês querem acreditar que também vão para o meio da estrada e seguem caminho, sem olhar sequer duas vezes?????




segunda-feira, novembro 22, 2004

AS MENTES QUE BRILHAM III

Prosseguindo na série de posts com este título, aqui está então mais um exemplo que vem de certa forma confirmar aquilo que referia no outro dia quanto a grandes empresas, sendo que o caso em apreço tem o seu quê de curioso.

Na sequência da compra de um apartamento, pedi recentemente para neste ser instalado, como calculo que seja natural, água, gás e electricidade. Tendo tudo corrido mais ou menos bem, passadas duas/três semanas recebo então em casa uma carta de boas vindas da EDP, que começa da seguinte forma:

"Exmo(a) Senhor(a)

Registamos, com muito agrado, a preferência que demonstrou aderindo aos nossos serviços."

A minha preferência? Em que aspecto: ter electricidade vs não ter electricidade? Ter preferido a EDP em vez de comprar um gerador? Vamos lá a pensar em quantas horas, recursos, trabalhadores e consultores não terão sido precisos para escrever esta carta, que começa logo assim...




sexta-feira, novembro 19, 2004

UMA VIDA DE TRABALHO

E como hoje é sexta-feira, para também não se estarem sempre a queixar de que trabalham muito, pensem assim:

Cada ano tem 365 dias. Desses, 104 são fim de semana, em que não se trabalha (com algumas excepções). Juntando 22 dias de férias e ainda 12 feriados, já só teremos 217 dias de trabalho (e estamos a contar que estão todos saudáveis e ninguém se balda).

Nesses 217 dias, imaginemos que chegam às 9h30 e se vão embora às 19h. Teremos então 9h30, às quais deverão ser deduzidas a hora de almoço, mails de palhaçada, cafés, confraternização e convívio, internet, pelo que chegaremos, numa versão optimista, às 8h de trabalho por dia.

Consequentemente, mesmo com estes valores (que aliás me parecem, como média, razoavelmente optimistas), só trabalham 20% do tempo.

Vêem como é tudo uma questão de perspectiva?

Nota: Independentemente do que foi acima referido, tenho ideia de que se ganhar o Euromilhões...




quinta-feira, novembro 18, 2004

O dia das gajas boas...

Começou logo às 09:59 com uma mensagem da primeira gaja: "Demoras? temos reunião às 10:00...". Respondi-lhe pessoalmente, uma vez que acabava de entrar na sala. A reunião era com um gajo. Entretanto, o gajo - vantagem de ser chefe - decidiu convocar a segunda gaja. Uma senhora gaja, denunciava a sua aliança, mas particularmente linda. A propósito de beleza, reparei depois que a outra gaja - a dona das mais belas mãos - também lá estava. Foi a terceira gaja. Acabada a reunião, fomos chamados num repente pela quarta gaja, que por acaso é directora. Gira, sem dúvida, embora todos a achem "gorgeous". Com ela, na repentina reunião, estava a quinta gaja. Não era feia mas, ao lado de quem estava, era difícil brilhar.

Aí dei comigo a pensar "Estou fechado num gabinete com três gajas giras, e estou a falar de trabalho?".

Ao princípio da tarde, outra reunião, outro chefe, outra gaja - a sexta. Esta era espectacularmente gira, espectacularmente bem feita, e espectacularmente descomprometida. E eu a falar de trabalho... Durante a tarde, conversa com os recursos humanos, sétima gaja. Sobre a sua beleza, basta repetir "Recursos Humanos". De regresso ao meu posto, encontrei a mesa de reuniões ocupada com uma. Mais uma gaja, a oitava - aquela que eu, ao contrário dos outros, sempre achei gira.

No regresso a casa foi difícil não pensar no caricato dos encontros do dia. E ainda não tinha acontecido o encontro inesperado com a gaja da lavandaria - que é uma GRANDE gaja. Nove...

Aquele gajo a quem uns chamam Deus, outros chamam destino, e que trato por "Acaso", é um sacana...
McGyver




quarta-feira, novembro 17, 2004

AS MENTES QUE BRILHAM II

A nova teoria de gestão que tenho vindo formular ao longo dos últimos anos de estudo e de vida profissional é razoavelmente simples. Claro que ainda me falta fazer alguns estudos para testar a hipótese e estabelecer os valores exactos, mas parece-me que os resultados não me vão desmentir.

Assim, a teoria postula que a partir de um dado n.º x de empregados, o QI médio da empresa tem tendência a ir diminuindo à medida que se vão acrescentando novos colaboradores, independentemente de estes terem um QI superior à média da empresa no momento em que entraram.

Inevitavelmente, esta diminuição significa que a) os trabalhadores que já estão na empresa diminuem o seu QI para acomodar o recém-chegado; b) o recém-chegado trabalhador perde parte do QI, para se adaptar ao novo ambiente; ou c) uma conjugação de a) e b).

Claro que esta teoria vai ser contestada pelas empresas e pessoas ligadas aos recursos humanos, sobretudo porque assim perde-se grande parte da justificação para todo o negócio ligado ao recrutamento, mas estou confiante de que qualquer teste minimamente válido e honesto há-de confirmar esta teoria.

Experimentem lá ver isso no vosso local de trabalho, a ver se não se confirma.

Nota: se já são muitos trabalhadores na vossa empresa, o mais provável é que o QI global já tenha descido bastante. Mas estou confiante que vocês serão as excepções...;-) E felizmente, os estudos até agora realizados que este efeito de diminuição do QI só tem efeitos para já a nível profissional, não afectando a inteligência das pessoas fora do ambiente de trabalho.




terça-feira, novembro 16, 2004

SEXO NO PRIMEIRO ENCONTRO

Para além de ser o tema da sondagem actual, é sempre um assunto interessante. Não só porque envolve sexo, o que só por si já é sempre um tema que estamos prontos a discutir, como ainda por cima permite a discussão de vários assuntos, desde a eterna polémica vaca vs garanhão, até aos conceitos morais que moldam a nossa sociedade actualmente.

Claro que entretanto talvez fosse conveniente saber em que pé estamos quanto a este assunto, pelo que vou esperar pelo desenvolvimento dos resultados para desenvolver por aqui a minha opinião.

Os resultados da sondagem anterior "Se pudesses, gostavas de passar uma noite de conversa com", foram os seguintes:

Adolf Hitler 12%
Jesus Cristo 38%
Cristóvão Colombo 5%
Winston Churchill 4%
Che Guevara 13%
Bem Visto 13%
António Salazar 11%
Outro 4%

Como seria de esperar, o inefável JC acabou com um confortável avanço, tendo reunido 38% dos votos. Aparentemente não há muitos que queiram saber que tal eram as viagens para a América no Sec. XV, preços, qualidade das habitações, se já havia o regime tudo incluído, etc.

É no entanto de salientar o honroso 2º lugar ex-aequo ocupado pelo BV, sobretudo tendo em conta que seria o único do painel (excepto o Outro, talvez) com quem se poderia efectivamente passar uma noite de conversa (e até mais se fosse preciso). E como o fruto proibido é o mais apetecido, o BV estava nitidamente em desvantagem... Mas fico à espera então dos mails com convites para a referida noite... ;-)




segunda-feira, novembro 15, 2004

AS MENTES QUE BRILHAM

Tenho ideia de que já por aqui se terá falado do facto de, por algum motivo estranho que não estou bem a ver qual possa ser, as mulheres preferirem ser valorizadas pelos seus atributos intelectuais e culturais mais que pelos seus atributos físicos. Porquê discriminar assim tão abertamento um dos aspectos?

Mas vamos entretanto ignorar o facto de que se calhar passam bem mais tempo preocupadas em melhorar e desenvolver estes últimos do que os primeiros, mas acho que não é preciso pensar muito no caso para vermos que quando dizem este género de frases falaciosas, trata-se mais de uma afirmação politicamente correcta que outra coisa.

Por exemplo, digam-me lá então, para além das vantagens relativas ao aspecto físico, qual o motivo que pode levar uma mulher a usar saltos altos:

- a vontade de ultrapassar as dificuldades no caminhar;
- a alegria das dores nos pés;
- o entusiasmo dos saltos a partirem-se;
- a emoção dos saltos a ficarem presos na calçada;
- a felicidade das dores nas costas e problemas de coluna;
- ....

E outros exemplos como este, temo-los por aí ao pontapé...




sábado, novembro 13, 2004

PESQUISA?

É impressionante a quantidade de pessoas que cá vêm parar com pesquisas deste género:
- Carla Matadinho Nua;
- Carla Matadinho + namorado;
- Alexandra Lencastre Nua;
- Merche Romero Nua;
- Marisa Cruz + Silicone;
- Fátima Preto + Silicone;
- Isabel Figueira + nua;
- Catarina Furtado + nua;
- Bárbara Guimarães + nua;
- Cláudia Mergulhão;
- Elsa Raposo + Silicone + Silicone + Silicone;
- Carla Caldeira + nua;
- Marta Pereira + nua

Mas vocês querem ver que agora que eu pus aqui mais estas referências, vai descer drasticamente? Ou não, ou não...




sexta-feira, novembro 12, 2004

SÓ MAIS UM!

E para completar a semana mais multifacetada de sempre, nada como mais um post de alguém que também escreve pela primeira vez no BV, e que me foi sugerido por alguém que também tem os seus momentos. E como hoje finalmente já é 6ª feira, só depois de depois de amanhã (se não ganhar o Euromilhões entretanto) é que se volta a pensar nisto...

Adiamento

Depois de amanhã, sim só depois de amanhã…
Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã,
E assim será possível; mas hoje não…
Não, hoje nada; hoje não posso.
A persistência confusa da minha subjectividade objectiva,
O sono da minha vida real, intercalado,
O cansaço antecipado e infinito,
Um cansaço de mundos para apanhar o eléctrico…
Esta espécie de alma…

Só depois de amanhã…

Hoje quero preparar-me,
Quero preparar-me para pensar amanhã no dia seguinte…
Ele é que é decisivo.
Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos…
Amanhã é o dia dos planos.
Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o mundo;
Mas só conquistarei o mundo amanhã…
Tenho vontade de chorar,
Tenho vontade de chorar muito de repente, de dentro…
Não, não queiram saber mais nada, é segredo, não digo.
Só depois de amanhã…
(Quando era criança o circo de domingo divertia-me toda a semana.
Hoje só me diverte o circo de domingo de toda a semana da minha infância…)

Depois de amanhã serei outro,
A minha vida triunfar-se-á,
Todas as minhas qualidades reais de inteligente, lido e prático
Serão convocadas por um edital…
Mas por um edital de amanhã…
Hoje quero dormir, redigirei amanhã…
Por hoje qual é o espectáculo que me repetiria a infância?
Mesmo para eu comprar os bilhetes amanhã,
Que depois de amanhã é que está bem o espectáculo…
Antes, não…
Depois de amanhã terei a pose pública que amanhã estudarei.
Depois de amanhã serei finalmente o que hoje não posso nunca ser.
Só depois de amanhã…
Tenho sono como o frio de um cão vadio.
Tenho muito sono.
Amanhã te direi as palavras, ou depois de amanhã…
Sim, talvez só depois de amanhã…

Álvaro de Campos (1928)




quinta-feira, novembro 11, 2004

CASAMENTO ALEGRE

É bem verdade que nos últimos temas muito se tem falado acerca do casamento entre homosexuais. Alguns concordarão, outros nem tanto, mas eu diria que, ultrapassando as questões legais e morais acerca do assunto, estes casamentos colocam uma série de questões e constrangimentos a nível formal, sobre as quais convém pensar um bocadinho:

- Para orientar os convidados, deve ser complicado. "O senhor, vem da parte do noivo ou... do noivo?"
- Qual das noivas/noivos é que atira o bouquet?
- Se por tradição é o pai da noiva que oferece o copo de água, num casamento homosexual, quem é que paga?
- Já que o casal é constituído por elementos do mesmo sexo, será que convinha que os padrinhos também o fossem?
- Especificar que no bolo de casamento, em vez de um noivo e uma noiva, devem vir dois noivos (ou duas noivas), deve ter o seu quê...

Por outro lado, também é verdade que se deve poupar qualquer coisa. Para já, porque calculo que com a actual abertura de espírito, haja muito menos convidados, pelo menos da família. Por outro lado, nos casamentos masculinos, sempre se poupa no vestido de noiva, que costuma sair caro.

Pode ser que algum dia nos convidem para um, para ver como é que se ultrapassam estas dificuldades...




quarta-feira, novembro 10, 2004

Um passeio no campo

Os ponteiros do relógio já tinham passado o norte há mais de uma volta. A festa era daquelas que só acontecem nas noites quentes de Verão. Os shots de gold strike viravam-se como se fossem copos de água no deserto. Na piscina cheia de balões, a ponto de não se ver pinga de água, ainda não havia qualquer agitação.

De repente, os balões saltam… Sinto-me a ser preenchido por água num abraço de um corpo escultural. Os olhares e insinuações já tinham mostrado que não se pensava em mais nada que na necessidade de dar de beber à libido.

Ali não, mas onde? O carro estava à porta e pinheiros à volta não faltavam. Do automóvel simplesmente penso que é um bom meio de transporte. De usá-lo para além disso lembrava-me longinquamente de apenas tê-lo feito uma vez. “Não gosto”, pensei, mas a alternativa era a piscina com toda a gente ao lado. Sei de casos em que isso já se passou e eu estava lá e nem me apercebi. Mas não!, há coisas que só podem ser feitas sem assistência. E se já o tinha feito uma vez, num espaço tão exíguo, e até tinha sido bom, porque não deixar o álcool anestesiar todos os outros pensamentos?

Conduzi até onde os pinheiros criassem a ilusão de uma manto sob uma cama imaculada. Sentei-me no banco de trás como se desfrutasse de um passeio no campo. Em cima de mim o vestido abriu-se de par em par, saltando do mesmo dois seios que impediriam Newton de dar qualquer contributo para a física. A união foi instantânea. Num repente o apertado espaço tinha-se tornado no palácio de um qualquer sultão, e aquele banco de trás era confortável como uma cama de água.

De cheiros recordo uma perfeita mistura de três odores: a estranha mistura do efeito do cloro no ph da pele, o doce perfume “Colours da Benetton” e um genuíno cheiro a desejo. Os movimentos ondulantes envergonhariam a mais bela das odaliscas e o rubor das faces mostravam que a noite era mesmo de Verão! Na boca ora sentia um beijo húmido ora um seio quente! Senti à mão cheia os glúteos firmes e redondos. Como a pele consegue comunicar com uma linguagem tão própria?! Mais um dos mistérios que o criador para si guardou! O curvar das ondas era cada vez maior, os seios cada vez mais firmes e aureolados, o bambolear de ancas cada vez mais frenético. No momento em que os gemidos se desfocaram, tudo se tornou sublime num distender de todos os músculos do corpo. La “petit mort” (como lhe chamam os franceses - não poderia estar mais de acordo) !

O passeio no campo tinha-se tornado numa das viagens mais alucinantes que fiz na vida. Há muitos momento de ternura, de brusquidão, de amizade, de ódio, de perdão, de infelicidade, de ânsia, de amor, de tristeza, de angústia, que tornam a vida cheia, mas são momentos como este que enchem a vida. Obrigado Dona Inês!

7 (Sete)




terça-feira, novembro 09, 2004

DISCRIMINAÇÃO

Se é bem verdade que este mundo vai ficando cada vez mais perdido, não deixa de ser importante procurarmos alertar para o que está mal, e procurarmos alterar a situação, na medida das nossas possibilidades.

Por exemplo, uma das situações que acho particularmente negativa é a discriminação e o tratamento diferente entre sexos que, apesar de tudo, sempre vai existindo na nossa sociedade, por vezes de forma dissimulada e outras vezes, de forma descarada e aberta.

Para não irmos mais longe, basta pensar no seguinte caso: se uma mulher usa calças, ninguém acha estranho e é perfeitamente normal. Agora, se um homem usa saias, das duas uma - ou é travesti ou é escocês... Discriminação pura e dura, se me permitem a expressão.

Agora, como qualquer bom feminista, também eu tenho ideia de que há algumas situações em que as mulheres são discriminadas... Vejam por exemplo, o caso das casas de banho públicas. Será que não era já tempo de darem conta das filas enormes de mulheres à porta das ditas e tomarem providências para as evitar?

Vamos lá a pensar nisso...




segunda-feira, novembro 08, 2004

Finalmente vos entendi!

Heúreka! Depois de inúmeras tentativas em mais de 10 anos de trabalho na matéria, orgulho-me hoje de - finalmente - PERCEBER AS MULHERES. Num breve e inesperado "click" fez-se luz no meu espírito e o eterno mistério deixou de o ser.

A chave do mistério está na resposta à pergunta "Querido, isto não ficava bem na sala?". Apesar da pergunta, não é um "Não, não achas que ficava melhor no quarto?" ou um "Talvez, se fosse em azul forte..." ou mesmo um "Sim, entre a mesa e a estante, não é?" que ela quer ouvir. A resposta pretendida é um "Não sei..." acompanhado de um encolher de ombros transigente. Embora este desinteresse seja motivo de queixa perante a sociedade e permanente tema de conversa entre amigas - onde é exibido como uma espécie de troféu - é a atitude que lhes permite a liberdade e o controlo total que exigem. Porque ELAS QUEREM pôr a porra do quadro onde bem entendem, e ponto final! O segredo é portanto, meus caros companheiros do sexo errado, não ter opinião! É certo que elas se vão queixar disso, mas acreditem que as mulheres não querem homens com opinião.

Ahh... Quando Vasco da Gama chegou à Índia, deve ter sentido esta satisfação...

Ainda a propósito de mulheres:

Numa recente passagem por um hipermercado da capital (está a tornar-se um hábito relatar nestas linhas essas minhas passagens) voltei a constatar o que, em virtude de constantes repetições, se tornou numa conclusão: há mulheres- miúdas - lindíssimas a trabalhar nos balcões da fruta, do peixe, dos enchidos, dos queijos, e dos frutos secos dos nossos hipermercados... É beleza pura!

McGyver




sexta-feira, novembro 05, 2004

MÍTICO

Não sei se vos acontece o mesmo, mas o facto é que acho que nunca usei os produtos que publicitavam os anúncios da minha infância e adolescência de que me lembro melhor. Alguns por motivos mais óbvios que outros, como devem calcular...

Alguns exemplos que vêm instantaneamente à memória:

- Um bom dia com Ausonia protege slip
pequeno pequeno, dobrado em bolsinhas
suave, suave, fresca, livre
Ausonia protege slip.

- Parece que é mas não é
que gosto que satisfação
Brasa é a bebida que aquece o coração.
Cevada, chicória e centeio, é a sua composição,
Brasa é a bebida que aquece o coração.

- O homem da Regisconta - Aquela máquina (isto era de quê? O que raio fazia a Regisconta?)

Mais algum que queiram relembrar?




quinta-feira, novembro 04, 2004

TODA A VERDADE

Há que assumir que face aos posts que por aqui são escritos, ou até mesmo pelos comentários, poderão ter sido criadas algumas imagens do BV que não correspondem à realidade.

A verdade é que, contrariamente à ideia que algumas pessoas poderão ter criado, não tenho de todo a ideia de que a mulher é pouco mais que um objecto sexual. Apesar de este aspecto ser importante, acho que as mulheres da nossa vida são muito mais do que isso.

E vocês, machistas que por aí andam, escusam de pensar que vou dizer que o mais importante nas mulheres é o facto de saberem cozinhar, passar a ferro e coisas do género. Nada disso.

E para as românticas que chegaram até este parte do post, informo desde já que não é o companheirismo, a cumplicidade, a amizade, o carinho e todas essas coisas bonitas de que o amor é feito.

Fundamental e importante mesmo, é o facto de termos alguém que nos carregue a carteira e os telemóveis quando vamos sair...




quarta-feira, novembro 03, 2004

TROCOS

Já por aqui falei há algum tempo (a 11 de Fevereiro, para ser mais preciso e para quem quiser ir ver) de uma das coisas que me chateava quando ia comprar alguma coisa a um estabelecimento comercial. Entretanto, já passaram alguns meses e já estou pronto para falar de outra.

Digam-me lá: não vos chateia quando vão pagar qualquer coisa e a pessoa que está a atender se vira para vocês e diz: "Não tem trocado, não?"?

Ou, pior ainda, quando dizem uma outra frase que já ouvi em diversas ocasiões - e para dizer a verdade, em diferentes situações - "Não tem mais pequeno, não?"

Não seria suposto terem trocos na caixa? Ou o dinheiro que está lá dentro é mesmo só para enganar? É que se isto acontecesse uma vez por outra, pronto, acontece e até se dá um jeito. Agora, o problema é que é quase sempre...

Isto faz-me lembrar uma vez, acho que em Nova Iorque, em que ia pagar qualquer coisa barata, mas só tinha uma nota de 50 dólares. Estava eu mais ou menos a desculpar-me com o senhor, quando ele me disse qualquer coisa como: "Não se preocupe com isso, amigo. Se a esta hora do dia, não tivesse trocos para lhe trocar isso, mais valia nem estar aqui a trabalhar..."




segunda-feira, novembro 01, 2004

MUDANÇA DE HORA

É impressão minha, ou as mudanças de hora são cada vez menos publicitadas? É que deste vez, excepção feita a um mail que recebi (e já se sabe que qualquer informação recebida por mail, é no mínimo duvidosa), nem dei conta deste facto, o que me levou a chegar adiantado a uma combinação.

Isto fez-me lembrar quando aí há cerca de oito anos combinei com uma namorada um encontro Domingo às 17h. Assim, à hora combinada, mais coisa menos coisa, lá estava eu no local combinado. Encontro-me com ela, naturalmente, e estávamos a ir à nossa vida, quando ela me disse:

- "A tua sorte é que eu já sabia que não te ias lembrar de que tinha havido mudança de hora e então decidi vir para cá uma hora antes. É que com a nova hora, ainda são só 16h..."




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